As navalhadas do dia ficam por conta de Renaria Santos. Segue 3 poemas da poeta sergipana.

É a primeira vez
Que eu busco
Que eu caço
Com mãos frias
Pés errantes
Peito partido
Ainda que cansada
Meio sedenta
Vazia de mim
Me encher
Encher de tudo
De partes suas
De você

Eu gosto da minha voz
Quando eu tô sozinha
Ou quando ela tá só na minha cabeça
Enquanto penso na gente
No que a gente quase foi
Até que a voz fica muda
Morrendo de saudade
De quando tinha esse
A gente
Mesmo que fosse só um quase
Ainda era a gente
Porque soava bonito
E de vez em quando
Soar é tudo que se pode

Ganho sorrisos mornos
Toques gelados
Cantadas infelizes
Ou a infeliz sou eu?
Porque fico aqui
Te querendo
Todo dia mais um pouco
Ainda que eu saiba
Que ficar foi escolha minha
E que você prometeu Nunca mais voltar
Sobre a autora:

Renaria Santos é sergipana, graduada em Letras Vernáculas pela UFS, escrevendo histórias que nunca terminam desde o Ensino Médio e poemas desde as aulas de teoria literária, lendo autores que falam de suas tristezas sem fim e equilibrando a melancolia com comédias românticas sempre que possível.