EDUARDO EZUS – 3 poemas
EDUARDO EZUS – 3 poemas

EDUARDO EZUS – 3 poemas

Podemos esperar muito do poeta potiguar Eduardo Ezus. Inclusive seu novo livro “Cálida noite”, que saiu pela Editora Margem. Procurem nas redes da editora e do autor. Por ora, vamos sentir o gostinho de três poesias suas.

 

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Ali haveremos de retomar

o passeio sobre os instantes

e descalços sobre espessa areia fina

seremos como a noite é para a lua

o manto

À tábua rasa dos desejos

finda a sombra arvoreira

o mundo desabará

como em úmidas camadas salgadas

e entre as vagas será de vagar

a nossa vida.

 

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Terei o meu caminho apagado

e sobre os meus passos

ninguém ouvirá rumores

Sob o olhar furtivo

do vento sobre o tempo,

apenas me deixarei passar

sem os critérios da observância

Procurando os anos esquecidos

dos astros em queda

deslizarei nas dunas da noite

à procura das luzes perdidas.

 

 

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De brumas a mover-se

em fulgor disperso no ar

é a matéria deste pensamento

Seguindo o itinerário tonto

em solo segue – tal qual o mar

também o sertão

esse lugar sem bússola

extenso e estreito

enquanto vaga o olhar

como em onda fosse brilho

e brio de existência líquida.

 

* Este artigo foi publicado inicialmente em nosso site anterior, chamado Literatura & Outros Blues, no dia 07/11/2021.

 

Sobre o autor: 

Pulei da água em 91, na Cidade do Sol, que já teve ar mais puro. Do mundo que nasci, nada existe mais. Do mundo que vivo, ainda estou pra saber. Versos, delírios, sensação: de-viver. Vida: afoitar no verso, se perder no inverso. Indo feito proa. Vento de rua em popa. Estou escrevendo um livro… Só acredito lendo. Contato: também prefiro.

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