O navalhista do dia é Luiz Sentinela. Segue 4 poemas:

BATENDO AS ASAS
Talvez isso tudo seja
Apenas uma borboleta universo
Batendo as asas por aqui
Dentre tantas outras desconhecidas
Batendo as asas por aí
Provavelmente o espaço
É cheio de casulos
Todos à espera do seu big bang:
o milagre do voo.

BELEZA FEMININA
Se elas pudessem dizer
como o próprio vento se apaixona
ondulando aqueles cabelos
no que chamamos de ar:
energia, movimento que não se vê
Estão enamorados, elas e o vento
eles sabem disso intimamente
unidos em magnetismo
e em segredo capturam nosso olhar:
somos admirados pela façanha
do que significa beleza.

NOMENCLATURA
Os galos acordam a madrugada
Para os pássaros chamarem o dia
Assim ninguém se perde
E os grilos despertam a noite.

AGRIDOCE
Já vi as vísceras do inconsciente
E a magnificência da nossa essência
Descobri que esta vida é agridoce
É mudança brutal e pura inocência
O riso é doce e o choro é salgado
Nenhum é profano, os dois são sagrados.
Luiz Sentinela nasceu em Americana, interior de São Paulo. É publicitário, amante da natureza, adora pés no chão e se arrisca na poesia. Publicou o livro Despertar poético (Chiado Books, 2020), além de ter participado de algumas antologias nacionais. Seu segundo livro está em processo de edição pela Opera Editorial. Instagram: @luiz.sentinela