BENÉ LOBATO – 7 poemas
BENÉ LOBATO – 7 poemas

BENÉ LOBATO – 7 poemas

Revista Navalhista

 

Anjos & Algas

 

Ao Princípio Será

A Linha

Rastro da Mão

Rastro do Desejo e do Acaso

 

A Linha é Cega Enquanto Se Faz

Enquanto Se Faz

A Linha Finda

E Principia

Toda Possibilidade

 

Rastro do Tempo

 

Sobre o Branco

Sob a Pura-Promessa

Em Meio ao Caos

 

Na Densa Transparência

Que a Tempestade Respira

As Breves Anatomias

Das Certezas

Dos Anjos e das Algas

 

 

Revista Navalhista

 

 

Escrevo

 

Escrevo

Rearranjo Tramas de Ar

Por Onde Escorre o Vão

E o Vazio

 

 

Revista Navalhista

 

A Figura

 

A Figura

Semiaberta

Variamente Continua

Impõe sua Tez

 

 

Revista Navalhista

 

A Figura IIII

 

A Borda Plana

Equidistante Do Centro

Difuso De Suas Potências

Mergulha Antes De Subir

Aguda

Sua Curta Duração

No Instante Em Que A Figura

Unânime E Aberta

Se Impõe

Variamente Continua

 

 

Revista Navalhista

 

 

Noturno Animal
 

As Pálpebras Encerram

Vasto

Aquele que o Sol Projeta

Através do Negror

A Malha Suave das Mãos Embala

O Complexo Arredio Noturno Animal

Os Pequenos Sonham

Sua Pele e Voz

Sua Pétala Clara

Deglutindo a Multiforme Extensão

Deste Instante

 

 

Revista Navalhista

 

 

Figura Latente

 

Há

Deve Haver

Em Algum Lugar Deste Instante

Uma Figura Latente

Errando Suas Formas

Sob as Pálpebras Pasmas

De Uma Multidão Desatenta

Desde Onde Habita

Sua Imóvel Catástrofe Reluz

Entre Vagos Alinhavos

Alicerçando os Dias

 

 

Revista Navalhista

 

 

Ócio

 

No Grande Silêncio

Um Corpo Vazio

Reverbera

Fio

Afio

O Broto Do Ócio


Bené Lobato

Bené Lobato – PA 1993_ Poeta, Artista Visual. Minha produção explora relações entre poesia e desenho, com ênfase na abstração linear e no gesto gráfico. Investigo formas poéticas que dialogam com a materialidade da imagem, com o espaço e seus processos de transformação. Minha escrita se constrói no intervalo entre a palavra e o silêncio. Trabalho a linguagem como matéria em transformação, criando composições que se expandem e se sobrepõem no tempo, oscilando entre precisão e indeterminação. A poesia que desenvolvo busca captar fluxos, desvios e cadências na impermanência.

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